Fruto pleno, no ápice do seu florescimento
pendido pesado no galho grosso forte
fruto cheio, bruto, fresco e orvalhado
toco-te a face com a minha face, te sinto
aspiro teu cheiro com exageros de perdigueiro obstinado
sorvo-o a cada dentada delicada
a seiva doce transbordando-me à boca
escarafuncho cada canto de seu bagaço esvaído
busco cada gota escondida
até não sobrar nada em ti e em mim
só a sacies desvairada e a memória do gosto.